quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Fotos!


Abraços...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

O sol... o céu...

"Ele acordou com uma dor de cabeça forte. Devia ter apagado depois que aquela estaca de madeira o atingiu, e enquanto esfregava a nuca e sentia o calo percebeu a calmaria. Levantou os olhos e mal podia acreditar no que via - a tempestade havia passado. Esfregou os olhos pra verificar se não o estavam enganando... Ou seria por causa da forte luz que ele não via há dias? Espere! A luz! O sol!! Uau, como ele pode não ter notado antes?! O sol estava ali! Se podia ver o céu, de um azul tão intenso como só se vê depois de uma grande tempestade. E o calor... Embora suas roupas ainda estivessem húmidas, já não sentia mais frio! Que sensação maravilhosa! Ele nunca tinha se alegrado tanto de ver algo que sempre esteve ali... Até que sentiu falta.

Nos últimos tempos enquanto navegavam uma grande tempestade começou a se formar, e muito antes do que esperavam ela atingiu o navio com força por uma noite. Quando a chuva e os ventos se acalmaram foi uma forte névoa que envolveu o navio por semanas, e eles não puderam ver pra onde estavam indo. Nos últimos 2 dias, enquanto a névoa continuava ali, mais forte do que nunca, a tempestade voltou, e atingiu o pequeno navio dia e noite, sem parar. Os marinheiros completamente molhados e cansados a essa altura já haviam jogado praticamente tudo ao mar, mas o navio ameaçava de virar com bem mais frequência do que parecia possível suportar. Os ventos já haviam derrubado o mastro principal e estavam forçando todo resto da estrutura, arrancando pedaços da cabine e da cobertura como se fossem de papel. Todos os homens corriam para amarrar e remendar, tentando controlar o leme, ignorando o cansaço extremo. Os objetos soltos começaram a rolar, e os mais leves a sair voando pela força do vento. Foi na última noite que ele foi atingido por alguma parte de uma cadeira, atirada pelas ares. E não viu mais nada até a manhã.

Lembrar dás últimas semanas não foi difícil ao olhar ao redor enquanto levantava. Viu alguns homens levantando também, juntando suas coisas e o que estivesse ao redor. Sua mente começou a girar... Havia tanto pra fazer agora! Um levantamento de como estão os marinheiros, de como está o navio, o que foi perdido, o que continua de pé. Voltar aos mapas e búsolas (se ainda estivessem por aí) descobrir onde estavam, e pra onde ir. Como segundo em comando ele devia manter a ordem, mas precisava falar com o capitão, e descobrir o que fazer primeiro, e como fazê-lo. Ele não tinha idéia, e estava cansado demais pra se mover. Mas o capitão saberia. Ele já havia enfrentado tempestades e névoas muito maiores que essas, segundo suas histórias, e saberia o que fazer, não havia com que se preocupar nesse sentido.

Ele olhou para si mesmo, seu estado... Estava sujo e cansado. Suas roupas ainda estavam húmidas. Ao mover-se seu corpo doía pelo esforço físico dos dias anteriores. Mas ele percebeu de repente que nada disso importava mais. O sol... O céu... Haveria tempo para reconstruir todo o navio, se fosse preciso, mas agora ele só queria ficar ali, sentado, olhando para o céu, sentindo o calor do sol sobre ele. Era lindo. Era mais que isso, era maravilhoso. Ele não estava preocupado. Não agora. Ele só estava ali... olhando para o sol."

Uma pequena crônica. É meio como me sinto...